top of page

Fórum faz evento com CEOs pela Erradicação da LGBTI+fobia

Com grande simbolismo e convite para ações contundentes, evento contou com líderes de empresas como Arcos Dourados (Mc Donald’s), Accenture, Saint Gobain e Accor, entre outras.


Na véspera do Dia Internacional pela Erradicação da LGBTI+fobia (17/5), o Fórum de Empresas e Direitos LGBTI+, em conjunto com a Accor, realizou um grande evento para reforçar o respeito e a promoção dos direitos humanos de pessoas LGBTI+. A ação mostrou que o tema está inserido numa ampla agenda de diversidade, equidade e inclusão, que envolve negócios sustentáveis e empresas éticas.


O evento ofereceu três painéis temáticos. Houve a presença de presidentes, executivos(as), colaboradores das empresas signatárias, especialistas, autoridades governamentais, lideranças da sociedade civil, compartilhando práticas, desafios e soluções para um ambiente mais seguro e inclusivo para todos. Realizado em São Paulo, cerca de 160 pessoas participaram do encontro.


De acordo com Reinaldo Bulgarelli, Secretário Executivo do Fórum, o evento reuniu um seleto grupo de lideranças com vontade política e que tem impulsionado o debate e boas práticas de Direitos Humanos no meio empresarial.


“Hoje, no Brasil, independentemente dos motivos ou vontades internas e externas, não se pode desrespeitar leis que resguardam os direitos de grupos minorizados, como cotas para pessoas com deficiência e igualdade salarial para mulheres e pessoas negras.”


Reinaldo também frisou que, com mais empresas aderindo ao movimento, o Brasil pode assumir a liderança do tema no cenário global.


Presidentes de grandes empresas reforçam o compromisso com Direitos Humanos


Na lista de presidentes e diretores de empresas no evento, havia vários nomes de peso, como Rogério Barreira (Arcos Dourados/Mc Donald’s), Rodolfo Eschenbach (Accenture), Elayne Correa (Saint Gobain-PPL), Priscila Camara (Basf), Rodrigo Bonilha (Continental) e Rodrigo de Paula (EY), entre vários outros.


Para Rodolfo, da Accenture, a empresa tem investido em diversidade devido a sua capacidade de trazer bons resultados. “Ter pessoas com diversidade de conhecimento, formação, raça e gênero, entre outras, que se sintam acolhidas e seguras para serem quem realmente são, nos faz entregar melhores projetos e serviços para os nossos clientes”, afirma.


Além do mais, o presidente da consultoria de gestão e tecnologia lembrou que o desafio atual tem sido converter pessoas que ainda não acreditam na diversidade. “Pregar para convertidos é fácil”, diz. “Agora, temos reforçado a comunicação para aqueles que ainda têm resistência”.


Sob perspectiva estratégica de negócios, Rogério, da Arcos Dourados, afirma que diversidade e inclusão fazem com que os clientes se identifiquem ao entrar nos restaurantes McDonald’s. “A empresa precisa refletir a sociedade em que está inserida”, diz.


Mãe de um jovem trans, Elayne, diretora geral da unidade PPL da Saint Gobain, comentou sobre a necessidade de reforçar os benefícios práticos dos investimentos em ESG nos relatórios das empresas.


“Nos últimos dois anos, tivemos um crescimento de 10 pontos percentuais no engajamento dos funcionários”, afirma.


Ela também lembrou que o CEO global da companhia, Benoit Bazin, afirmou que a empresa não vai recuar nos investimentos em ESG, embora respeite escolhas das lideranças regionais, de acordo com as necessidades e cenários de cada país.


Em consonância com Elayne, Thomas Dubaere, CEO da Accor Américas, disse que diversidade, equidade e inclusão (DEI) somente faz sentido quando é um programa estruturado, mensurável e vivido diariamente, e não campanhas pontuais em datas comemorativas.


Pai de um homem gay, Thomas resumiu o programa de DEI da Accor. Há atuação em quatro pilares (mulheres, LGBTIA+, pessoas com deficiência e diversidade racial). Cada pilar possui um comitê, com pessoas de diferentes departamentos e níveis hierárquicos. Para garantir a entrega de resultados, os comitês têm plano de ação, indicadores e incumbências, a cada nível da empresa. Hoje, considerando somente a Accor Brasil, 21% dos funcionários do quadro efetivo são LGBTIA+, sendo que 2% são trans. Entre as lideranças, a participação de membros da comunidade é de 17%.


“Na Accor, as pessoas têm a possibilidade de serem quem são e expressarem suas individualidades”, diz Thomas. “DEI não é uma tendência passageira, é um compromisso do dia a dia.”


O painel foi mediado por Reinaldo Bulgarelli, do Fórum, e por Caio Magri, presidente do Instituto Ethos, que aproveitou o momento para cobrar as empresas para avançarmos na relação com a cadeia de valor e por ações afirmativas cada vez mais efetivas.


“As empresas precisam agir tanto na prevenção e redução do impacto negativo quanto na criação de ações que provoquem, de fato, mudanças positivas na sociedade”, disse Magri.


Pessoas LGBTI+, mulheres, negros, pessoas com deficiência, refugiados e intergerações marcam presença no evento.


Reforçando o viés interseccional, o evento do Fórum contou com um painel exclusivo com lideranças de outras organizações que articulam empresas em torno dos temas de diversidade priorizados no país.


Foram debatedores, mediados por Laís Souza, da Accor: Reinaldo Bulgarelli (Fórum de Empresas e Direitos LGBTI+), Camila Sombra (Fórum Empresas com Refugiados), Djalma Scartezini (Rede Empresarial de Inclusão Social – pessoas com deficiência), Helen Faquinette (Fórum Gerações e Futuro do Trabalho), Karina Chaves (representando a liderança do Movimento Mulher 360) e Raphael Vicente (Iniciativa Empresarial pela Igualdade Racial).


Para Vicente, que também é PHD em administração pública e governo e diretor geral de cursos da Faculdade Zumbi dos Palmares, ao trazer diretores, presidentes e executivos para o evento, o Fórum conseguiu reforçar o comprometimento com a pauta. “A simbologia é importantíssima”, disse.






Comentarii


bottom of page